Ultimo post da trilogia da Trust Insight sobre o Web Summit Rio 2025.
Se o texto anterior que divulgamos sobre o Web Summit Rio 2025 nos imergiu no presente da tecnologia, esta terceira parte da nossa jornada nos mostra o horizonte do cenário de negócios, desvendando as tendências e transformações que moldarão o futuro dos negócios e da inovação. A evolução das fintechs, as demandas colossais da infraestrutura digital no Brasil e o potencial intrínseco dos modelos de negócios em rede emergiram como temas centrais nessa seara.
A palestra “The promise and peril of fintech”, com as visões de Mark Lenhard (CEO da Zepz), Lucinda Shen (Fintech Reporter da AXIOS) e Fernando Miranda (CEO do Neon), nos ofereceu um panorama sobre o mercado de fintechs mundial e brasileiro, com diferentes nuances sobre sua maturidade e peso. Se as fintechs se consolidaram como um foco dos investimentos de venture capital nos últimos tempos e aumentaram taxas de bancarização em países em desenvolvimento como o Brasil, a inteligência artificial surge como a próxima onda disruptiva, prometendo hiperpersonalização, otimização de custos e uma inclusão financeira cada vez mais abrangente. A discussão sobre o potencial transformador de stablecoins e criptomoedas, especialmente para as camadas da população com menor renda, e a crescente abertura regulatória, exemplificada pelo sandbox do DREX, pintam um quadro de um futuro financeiro mais acessível e tecnologicamente sofisticado. A resiliência e a adaptabilidade, como a transição do “bleeding edge” para o “leading edge”, parecem ser os mantras para as fintechs que almejam prosperar no amanhã.
Para continuar dando suporte a esses desenvolvimentos, a infraestrutura que sustenta essa revolução se torna crucial. A palestra “How Data Centers Are Redesigning The Electrical Infrastructure”, com a expertise de Paulo Cunha, Country Director Brazil da AWS, iluminou os desafios e as soluções para alimentar essa sede voraz por energia. Os investimentos bilionários em data centers no Brasil, a busca incessante por otimização do consumo energético através de processadores especializados e mini smart grids, e a crescente importância da sustentabilidade, com metas ambiciosas de neutralidade de carbono e o investimento em fontes renováveis, desenham um futuro onde a infraestrutura digital e a energética estarão intrinsecamente ligadas. Em relação à infraestrutura de data centers no Brasil, a AWS abordou desafios cruciais como a instabilidade das isenções de ICMS, a necessidade de investimento contínuo no desenvolvimento de talentos locais qualificados para sustentar o crescimento do setor, e a evolução das estratégias de refrigeração, com a transição para sistemas híbridos e o foco em soluções inteligentes para a purificação e reutilização da água, visando a eficiência e a sustentabilidade a longo prazo das operações no país. O “edge computing” (computação de borda), surgindo como uma solução para latência e, surpreendentemente, para a economia de energia, aponta para uma arquitetura de dados mais distribuída e eficiente no futuro.
Finalmente, a palestra “The network effect”, com as perspectivas de Diego Barreto (CEO do iFood), Federico Vega (Founder & CEO da Frete.com) e Gustavo Brigatto (Founder da Startups.com.br), nos lembrou do poder exponencial dos modelos de negócios em rede. A identificação do ponto de inflexão onde o crescimento se torna autônomo e a compreensão da importância do conhecimento local para o sucesso dessas plataformas sinalizam um futuro onde a conectividade e a capacidade de agregar valor em indústrias fragmentadas serão ativos inestimáveis.
O Web Summit Rio 2025 foi um choque de realidade tech: a IA não é mais um potencial, ela já invadiu o “agora” dos negócios, incrementando desde a forma como as marcas se conectam com seus públicos até a comida que colocamos nos nossos pratos. A mensagem é clara: estratégia de marca e experiência de usuário (UX) sem dificuldades são o básico pra sobreviver hoje. Além disso, o futuro reserva ainda mais novidades, com fintechs reinventando o dinheiro na velocidade da luz e data centers famintos por energia redesenhando o mapa econômico do planeta, e IA livre na mão de todos os cidadãos em suas interações mais corriqueiras.
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